sexta-feira, 15 de março de 2013

…..nãããÃÃÃOOOOOOOO, argentino NÃO!

Habemus Papam e o papa é argentino.

A primeira impressão, expressa no título do post, começou a ser desfeita com a escolha do nome: Francisco. E depois com a sua aparição na sacada que me lembrou Albino Luciane, o papa sorriso que tão pouco tempo sorriu entre nós.

Assistindo a vários comentários sobre a escolha do nome, um em especial me lembrou o encontro de Francisco de Assis com os muçulmanos. E lá foi Francisco se encontrar com os muçulmanos no meio daquela carnificina que eram as cruzadas. Não me lembro por que cargas d’águas, fizeram uma enorme fogueira para que os dois lados provassem a sua fé passando por cimas das brasas quentes.

Enquanto uns desistiram, lá foi Francisco dizer, se eu não me engano para o Sultão, que se ele se queimasse ao passar por tal suplício seria por sua falta de fé e pouco merecimento e não por causa do seu Deus que tinha morrido por todos nós.

O importante disso e que me ocorre agora é o quanto é importante conhecer os nossos inimigos, pois se os conhecêssemos muito provavelmente eles não mais os seriam.

E aquele que era odiado por toda a cristandade, rotulado como desumano,… vendo o que Francisco ia fazer, deu ordem para que não deixassem.

Ele, o desumano, o malvado, provavelmente viu em Francisco um ser que não estava ali com a intenção de lhe fazer mal. Por fim ordenou que dessem a Francisco livre acesso para visitar a terra santa e depois que lhe garantissem livre retorno ao ocidente sem que ninguém dos muçulmanos lhe fizessem qualquer mal.

Algumas pessoas defendem a educação religiosa nas escolas. Eu acredito que a escola de cada religião deva ser a sua própria igreja.

Eu acredito que cada religião deva passar os seus valores aos indivíduos, e que esses valores aprendidos devam reger as suas vidas no seu dia-a-dia, tornando-os profissionais melhores, homens de bem, que respeitem a vida, os direitos dos outros, etc.

Eu vejo pessoas criticando religiosos por não se engajarem em suas causas. E no final das contas o que essas pessoas pensam é isso: se não está comigo, está contra mim.

Mas as coisas, ao meu olhar, não são bem assim como a pouca visão deles os faz ver.

Questiona-se os religiosos por não terem batido de frente com a ditadura, com os nazistas, com os…

Mas essas pessoas não se perguntam quantos daqueles que se engajaram na luta armada salvaram da prisão e da tortura os seus colegas de luta.

Me diga apenas um deles que tenha conseguido salvar da tortura ou da morte um de seus colegas presos.

A resposta é nenhum. Não conseguiram salvar nenhum, pois o seu pedido de nada adiantaria para os seus inimigos que não os ouviriam.

Mas vários que não estavam engajados na luta armada e que tinham conhecimento ou amizade com alguns do que estavam no poder, conseguiram pedir a estes que intercedessem por fulano que foi preso e assim muitos conseguiram sobreviver por causa dos pedidos destes independentes de serem religiosos ou não.

Quantos cristãos teriam sido torturados e mortos se a igreja tivesse batido de frente com ditadores, cegos e sedentos de poder? O pensamento destes é: quem não está comigo, está contra mim.

Eu acredito que a forma de agir e de pensar dos religiosos são diferentes do que nós vemos geralmente interpretado e analisado por historiadores, jornalistas, políticos,…

Eu não acreditava que um americano pudesse ser escolhido para Papa na atual conjuntura mundial com essa birra entre o mundo muçulmano (árabe) com os americanos.

Em pleno século 21 acusam os americanos de terem causado o câncer no H. Chaves.

Imagine o que alguns “muçulmanos” não entenderiam com um americano no vaticano sendo papa.

Acredito que o brasileiro não ganhou, porque o governo brasileiro passou a impressão de não ficar satisfeito em dividir os holofotes da mídia com um papa brasileiro. Como se este papa brasileiro pudesse interferir de alguma forma com os rumos das escolhas políticas dos governantes no Brasil.

Eu acho, pelo tempo em que eu estive na igreja, assistindo missas, participando de grupos religiosos, de encontros, da convivência com amigos também cristãos, mas não católicos, inclusive assistindo a cultos em suas igrejas, que o pensar da escolha religiosa passa mais pela aceitação e pela menor rejeição possível do que pela luta de poder que ainda parecem ver na religião.

Talvez você ache, por seu pré conceito, de que eu abandonei a religião por ver alguma coisa errada, mas eu não saí por trauma ou por intriga, simplesmente eu descobri, como o totó do filme de Oz, que o grande mágico não era aquele ser monumental. E ao contrário do que isto possa parecer, isso não me trouxe qualquer rancor, sentimento de ser enganado, ou de que a religião é o ópio do povo. Não! Eu respeito e admiro muito aquele ser humano maravilhoso e gentil que eu fui, quando percorria a fé. E embora ele não pudesse me compreender caso comigo pudesse se encontrasse e provavelmente ficaria com raiva de mim por ter abandonado o caminho que ele escolheu seguir, em nenhum momento eu me sinto traidor do seu caminho. Apenas acredito que Deus não é um ser, um indivíduo. Deus é uma sociedade com defeitos e virtudes.

E o fato de eu não acreditar mais que JC seja Deus em nenhum momento me fez ter raiva dele, ou me sentir mais distante. Acredito até que isto possa até me tornar mais próximo de Deus, pois Deus não precisa mais fingir para mim, como o mágico de OZ fingia para todos de OZ, por necessidade destes em acreditar, de ser o grande OZ.

Eu não preciso que JC seja Deus para gostar dele e para admirá-lo.