8 anos? Nãããooooo...

10/07/2013

Antes de começar, eu gostaria de deixar bem claro que o que vou escrever não é contra governo, nem contra ninguém. Acho importante deixar isso bem claro, pois na minha vida aprendi que quando a gente faz alguma crítica no Brasil, ela – crítica – é entendida como se a gente pertencesse ao lado contrário e é por isso que a gente está falando mal. Sim, crítica no Brasil é confundida com falar mal.
Outra coisa que quero deixar bem claro é que eu não tenho qualquer intenção de me candidatar a nenhum cargo político e nem mesmo de aceitar qualquer convite para ministério ou secretaria de saúde. E por que acho importante dizer isso? Para que fique bem claro que não estou escrevendo isso com segundas intenções de no futuro fazer parte de algum governo deste ou daquele partido político que hoje não se encontra na posição de governo. Isto é, para que a minha análise crítica não seja confundida com falar mal de quem hoje se encontra no poder.
O meu próximo projeto de vida é fazer faculdade de matemática e depois de física, pois lendo descobri que um dos pontos fracos do Einstein era a matemática. Assim, espero deixar claro que não tenho qualquer intenção de voltar à área de saúde.
Bem, finalmente vamos começar.
O problema de mais difícil solução no Brasil é o problema da saúde. Pois engloba vários problemas: de gestão, de condutas, de educação,...
Ao contrário da proposta do governo, eu acho que o ideal seria reduzir a faculdade de medicina para 4 (quatro) anos e em meio período, não mais período integral.
A cadeiras das faculdades seriam ensinadas utilizando apostilas específicas para cada uma.
Assim, os alunos teriam um ensino específico, voltado para o curso de medicina e não mais como é hoje, onde os alunos ficam perdidos em tratados – livros enciclopédias.
Anatomia, por exemplo, não seria mais dada em um ano, nem se usaria mais cadáveres. O aluno teria uma visão global macro da anatomia e depois em cada especialidade teria uma visão da parte anatômica necessária para aquela cadeira específica. O mesmo para histologia,...
Você já consegue perceber que essa maneira de ensinar beneficiaria muito mais ao aluno e exigiria dos professores uma integração nacional para bolar uma boa apostila que falasse o fundamental e não se perdesse com abobrinhas.
Sendo administrado em meio período, daria tempo ao estudante para estudar – e estudar muito – e se distrair também.
IMPORTANTE é que ao término dos quatro anos o aluno receberia um certificado de conclusão e não mais o diploma de medicina.
Este certificado de conclusão daria ao aluno a possibilidade de trabalhar como tradutor de livros médicos, vendedor de produtos para a área médica, trabalhar em hospitais com auxiliar de enfermagem, trabalhar como repórter ou jornalistas para revistas ou jornais ou TV especializados na área de saúde,...
Esse CERTIFICADO daria ao aluno a possibilidade de se inscrever para fazer uma pós-graduação na especialidade de sua escolha (clínica médica, pediatria, obstetrícia, …)
Gostaria de dizer que sou a favor da separação da obstetrícia e da ginecologia como especialidades diferentes. Isso não quer dizer que quem quiser não possa fazer duas pós-graduação uma em ginecologia e depois outra em obstetrícia ou vice-versa.
Quero deixar bem claro a necessidade de se fazer uma especialização para aqueles que queiram trabalhar em emergência médica. E que talvez, o ideal para estes, seja primeiro fazer uma pós em clínica médica e depois fazer uma pós-graduação em Emergência Médica (Pronto Socorro e Cti).
As pessoas parecem não quererem compreender que cada profissional médico possui habilidades específicas e que essas habilidades não o tornam capaz de atender em todas as áreas médicas com igual competência.
Vou exemplificar com o futebol: o que você pensaria de um técnico que na final de um campeonato decidisse escalar o atacante como zagueiro, o zagueiro na posição de goleiro e o goleiro no ataque como centro-avante?
O mesmo vale para medicina e para qualquer outra profissão.
O que eu faria se tivesse sido presidente do Brasil, seria passar meus quatro anos indo dois ou três dias por semana em diferentes hospitais do país selecionando profissionais médicos com capacidade de ensinar, para colocá-los como professores dos pós-graduandos (residentes) e assim resolvendo os problemas de ensino, pois hoje nós – acadêmicos de medicina e residentes – somos menores abandonados. Não há quem cuide. Não há quem gerencie. E parece não haver interesse daqueles que fazem seus esquemas de que essa bagunça acabe.
Tendo resolvido o problema de ensino do curso de formação dos médicos residentes (pós-graduandos), eu proibiria os residentes de frequentar os outros plantões do hospital que não fossem dirigidos pelos professores escolhidos, de modo a evitar que aprendam errado, que não fiquem abandonados e nem que aprendam condutas viciosas.
Depois de terminado a sua formação, estes residentes poderiam escolher se gostariam de continuar no hospital, praticando naqueles plantões onde eles foram proibidos de frequentar por não haver professor. Assim, eles ficariam praticando, por mais dois anos, com o telefone dos professores da sua pós para os socorrem em qualquer caso mais complicado.
Depois desses dois anos de prática eles estariam bem seguros para praticar uma medicina de alta qualidade.
Quanto ao problema de gestão, eu pediria no meus dois primeiros anos de governo que os médicos da área de medicina preventiva fizessem um mapeamento dos diferentes problemas de saúde de cada hospital de cada estado brasileiro. Só depois com esse mapa em mãos é que eu começaria a investir em medicamentos, construção de hospitais, serviços de saúde, clínicas de atendimento a família.
Sim, médico de família é uma balela, o que é necessário hoje é um serviço de atendimento à família com diferentes médicos profissionais: clínico, pediatra, obstetra, geriatra e num futuro, quando o país tiver mais rico, acrescentar um psicólogo a este serviço.
Eu também faria alguns serviços médicos de pesquisa epidemiológica. E como seria esse serviço. Seria um hospital normal, mas com uma conduta médica mais aprofundada.
Vou explicar: para diagnosticar um caso a gente não precisa fazer toda aquela anamnese, exame físico,... se assim o fizéssemos isto encareceria demais a consulta além de estressar desnecessariamente o paciente, pois levaria muito tempo. Além de diminuir o número de pacientes atendidos por dia.
Mas nesses hospitais de pesquisa epidemiológica o médico iria detalhar o atendimento desde a anamnese, exame físico até os diferentes exames pedidos. E assim, fazer depois uma estatística de casos tornando possível descobrir causas de doenças,...
Perceba que eu não estou usando os pacientes como cobaia nem fazendo nada além do que a medicina permite. Estou apenas examinando mais acuradamente os casos clínicos e depois fazendo as comparações dos diferentes casos clínicos e descobrindo o que não era visível pelo exame rápido do dia a dia.