Nós não nos damos conta, mas na antiguidade e em culturas mais primitivas religião e medicina se misturavam.
Esculápio era o deus da medicina e me lembro de ter lido que muitas pessoas enfermas iam a seus templos e lá dormiam na esperança de Esculápio os visitar à noite e os curar.
Nas tribos indígenas sabemos da figura do pajé que curava e se comunicava com os espíritos.
E no cristianismo sabemos das curas milagrosas feitas por Jesus.
Assim, não poderíamos dizer que a religião gestou e pariu a medicina?
Esta constatação dita a um médico moderno é praticamente o mesmo que lhe agredir com um soco. Mas é só olharmos para trás e vermos como a ciência médica engatinhou antes de nascer.
Quando fazia o 2º grau, não percebia a visão histórica superficial que tinham os professores de história que só olhavam para a tomada do poder pelos papas, as perseguições religiosas, científicas, inquisição, cruzadas,…
Eles só olhavam para o Poder, para as pessoas que usaram a religião como um instrumento de poder.
Eu, na minha inocência, olhava para a religião como um instrumento para me tornar um ser humano melhor.
Eu olhava para São Francisco de Assis e via uma pessoa que saía a ajudar os enfermos, os mais pobres.
Em uma época onde os leprosos eram expulsos da sociedade e até apedrejados, ele, São Francisco de Assis, os vestia, os alimentava e li que até beijou um que se encontrava desesperançado, amaldiçoando a Deus - em linguagem moderna: deprimido. Enfim ele lhes oferecia amor. Mas isto, os professores de história nunca viram.
Em uma época onde os leprosos eram expulsos da sociedade e até apedrejados, ele, São Francisco de Assis, os vestia, os alimentava e li que até beijou um que se encontrava desesperançado, amaldiçoando a Deus - em linguagem moderna: deprimido. Enfim ele lhes oferecia amor. Mas isto, os professores de história nunca viram.
Eles nunca conseguiram perceber que em uma época onde não havia assistência social, as ordens religiosas fizeram, sem auxílio governamental, diversas ações assistenciais.
Hoje é comum nós ouvirmos falar de ONGS, mas se você se der conta, muitas ordens religiosas que prestavam diversas ações de assistência social foram as primeiras ONGS da história, pois não recebiam verbas governamentais.
Talvez por causa da visão superficial histórica que reinava, alguns professores começaram a querer me escandalizar. Por exemplo:
- um de educação física em uma aula mista com alunos e alunas vivia repetindo que queria ter dois paus.
- outro, um professor de física, chegava na sala e saía a falar absurdos, totalmente fora de contexto do tipo: se eu quisesse, colocava o pau pra fora e urinava aqui mesmo e ninguém tem nada com isso.
Acredito que essas agressões preconceituosas só aconteceram porque eu inocentemente disse a todos que queria ser franciscano.
E eu me sentia agredido, não pelo que era dito, mas porque pressentia que eles queriam me chocar com as suas palavras.
Bem antes disso, quando criança, eu me lembro que no sítio do meu avô, li um livrinho onde contava a história das aparições de Nossa Senhora em Fátima.
Á noite, tive um sonho com Jesus Cristo, onde ele subia o caminho que começava no poço e ia até a casa de meu avô, carregando uma mala bem velhinha (que o meu avô tinha) e me dava de presente.
Eu quis fazer a ele a mesma pergunta que as crianças fizeram a Nossa Senhora: eu vou para o céu? Ele pareceu não gostar muito da pergunta, como se achasse estranho eu fazer tal pergunta. Mas me respondeu que sim se eu nunca…
Depois desapareceu. Quando abri a mala, dentro dela havia um tesouro.
O que eu entendi deste sonho é que a subida que ele fez do poço até a casa do meu avô são os dois mil anos de história e que o tesouro é a Bíblia hebraico-cristã.
E que o fato dele não gostar da pergunta que fiz se eu ia para o céu, talvez seja porque hoje eu não acredito que exista um Deus. Eu acredito que fomos colocados neste mundo por uma civilização e que no futuro nós iremos fazer a mesma coisa com a civilização dos macacos, dos felinos,…
Acho que nós estamos em um processo evolutivo e que a vida no universo não começou nesta na terra e que a civilização que nos colocou aqui também não sabe quem a colocou em sua origem.
Acho que a vida na terra é muito complexa para ter começado do nada aqui mesmo nesta terra.
Apesar de ter este novo entendimento, eu não acho que a religião seja o ópio do povo, porque eu não olho para a religião com esse olhar superficial de luta pelo poder.
Eu olho para a religião e vejo as obras assistenciais de uma Madre Teresa de Calcutá.
Eu olho para a religião como um instrumento de tornar as pessoas melhores, mais tolerantes,… eu me lembro das vezes que orei angustiado por causa das perseguições de alguns professores e recebi consolo.
Eu olho para a religião como um instrumento de tornar as pessoas melhores, mais tolerantes,… eu me lembro das vezes que orei angustiado por causa das perseguições de alguns professores e recebi consolo.
Aí eu me pergunto, porque alguém em sã consciência iria querer tirar essa consolação, dada por Jesus, de um povo sofrido, abandonado aos males desse mundo?
Não eu, que embora não acredite que Jesus Cristo seja Deus, me sinto mais cristão que muitas pessoas que vivem em suas igrejas orando.
Eu acredito que exista uma comunicação atemporal e que muitos indivíduos a tiveram ao longo da história humana.
Eu só gostaria que esta comunicação (linguagem teatral-alegórica) daqui para frente não utilizasse mais afirmações como: Deus vai punir o mundo. Jesus vai punir o mundo por seus pecados,…
Eu gostaria que a linguagem fosse mais madura: vocês homens com suas más condutas vão colher o que plantaram.
Se uma pessoa bebe, dirige e atropela um pai de família. Aquela família, mulher, filhos sofrerão as consequências por toda a vida.
Se vocês jogam filhos no mundo e não se preocupam em lhes dar amor, educação, eles vão crescer e vão sair fazendo guerra de gangues, matando torcedores de outro time, incendiando índios, espancando moradores de rua,…
Eu não gosto de ler tais comunicações e saber que disseram em uma linguagem teatral alegórica que Jesus vai castigar o mundo, por causa de seus pecados, com guerras,… O cara deu a outra face, passou a vida ensinando a amar o seu inimigo. Não! Essa linguagem é muito infantil. Não gosto dela.
Ele não concordaria com isso.
Outra coisa que me deixa muito chateado é a incapacidade das pessoas olharem para a obra de Michel Ângelo e entender que ela é um patrimônio da humanidade, independente de você ser católico, presbiteriano, batista, muçulmano, judeu,…
A capela sistina é um patrimônio da humanidade! Ela não é uma riqueza da igreja católica como eu vejo apresentarem em documentário incentivando, sem o perceberem, a ira e a inveja.
Eu a vejo como uma obra tão importante que acho que não hesitaria em perder a vida para preservá-la.
Mas algumas pessoas confundem as coisas e não entendem que Michel Ângelo estava sob uma ditadura religiosa assim como Chico Buarque estava sob uma ditadura. Para pintar a capela ele dissecou cadáveres escondido, estudou mitologia grega, bíblia,…
Existe até um livro de um brasileiro que mostra a anatomia “escondida” nas pinturas da Capela Sistina.
Vejo com grande preocupação, um mundo onde a intolerância cresce a cada dia contra os diferentes de credo, time, partido, país,…