sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Estudantes da USP protestam contra a presença da PM...


Quando eu olho para esses protestos estudantis, eu sempre fico com a impressão de que os estudantes têm uma visão romantizada daqueles tempos da ditadura...

Eu me lembro do meu tempo de faculdade onde acreditava que medicina deveria ser ensinada em 12 anos e fico pensando no mico que teria sido, se eu tivesse organizado passeatas a pedir isso: MEDICINA EM 12 ANOS.
Que mico teria sido! Não?
Passaria muitos anos até eu começar a defender a ideia de um curso médico em quatro anos, meio-período, utilizando o sistema de apostilas médicas e que no final daria um certificado de conclusão com o qual o estudante teria o direito de ingressar em um curso de pós-graduação onde, no final, receberia o diploma de médico.
Sempre que eu olho para esses protestos estudantis, eu não consigo deixar de pensar: quanto tempo de estudo eles estão desperdiçando.
Quanto tempo de aprendizado jogado fora.
Como eu gostaria de saber, na época de faculdade, que o mais importante era aproveitar o máximo o tempo disponível para estudar, para aprender aquilo que estava sendo ensinado, porque depois, quando se começa a trabalhar, o tempo vai ficando cada vez mais escasso e é cada vez mais difícil voltar lá, nos livros e cadernos, para complementar o que ficou faltando.
Mas os “estudantes” continuam desperdiçando seu tempo precioso de estudo com manifestações que, em geral, não levam a nada e com coisas que, no futuro, provavelmente irão pensar, assim como eu: que mico!
Só que diferente de mim, não haverá a complementação: teria sido.
E o pior disto tudo é que, desperdiçando tempo de estudo, não alcançarão o raciocínio interdisciplinar. 
Logo não serão capazes de pensar alternativas. 
E aí, no futuro, ingressam, na política, acreditando que fazer política é mobilizar massas, de modo que apenas ocupam cargos e repetem modelos ultrapassados.
Não conseguem enxergar, por exemplo, que o sindicalismo moderno não é mais um sindicalismo de lutas e sim um sindicalismo que deve buscar o diálogo com as empresas, indústrias,... de modo a saber, com antecedência, quais avanços tecnológicos acontecerão, para assim, os sindicatos, através de cursos especializados, poderem preparar as pessoas para que não percam seus empregos com os avanços que inevitavelmente virão.