terça-feira, 23 de novembro de 2010

Faz o Kristeller aí

E lá ia alguém, tentando empurrar a barriga da mulher. Tinha gente que praticamente subia em cima da gestante, colocando todo o antebraço em cima e empurrando numa direção vertical de cima para baixo. (23/07/2011 data real dessa postagem)
Eu não sabia como a mulher aguentava, agonizando com a dificuldade do nascimento e mais alguém em cima, empurrando.
Eu me lembrei daquele matemático grego que disse que se lhe dessem uma alavanca ele moveria até o mundo e dá física que sempre foi a minha matéria favorita e pensei o seguinte:
Na época, havia em cada lado da mesa (“cama”) de parto uma “barra” onde a gestante podia segurar. Eu nunca gostei de fazer força, ficar suando… então, eu me coloquei do lado esquerdo da gestante, e agarrei com minha mão direita a barra do outro lado da mesa. Meu corpo fazia como um arco sobre a barriga da gestante, sem encostar na gestante.
Minha mão esquerda, agarrava meu antebraço (braço-antebraço-mão) direito e a face externa do meu antebraço esquerdo encostava no “fundo do útero”.
Assim, na hora da contração e somente nos partos de feto único com apresentação cefálica eu movia lateralmente meu corpo no sentido das pernas da mulher, de modo que meu antebraço empurrava a barriga da gestante em direção horizontal (paralelamente a mesa de parto) e não mais de cima para baixo como acabavam fazendo aqueles que faziam o kristeller.
Nunca precisei fazer isto mais de duas vezes. Sempre que feito do jeito que bolei, o feto nascia rapidamente. E a mãe não ficava com ninguém em cima dela incomondando.
E acredito que esse jeito de fazer, dispensa a necessidade do forceps de alívio.
Abaixo uma figura, tentando mostrar o que fiz.