Na postagem anterior eu utilizei a palavra rotina como sinônimo para aqueles acontecimentos comuns do dia a dia de cada subespecialidade.
Lembre-se que não existem subespecialidades médicas. Eu usei esta palavra apenas para facilitar o seu entendimento.
Agora vou falar sobre a importância da rotina para o médico em geral. Rotina esta que não é sinônimo da rotina usada na última postagem.
O Ciro, meu professor em semiologia, falou uma vez que a rotina para o médico é fundamental.
A rotina acaba com os casamentos, destrói relacionamentos. Mas a rotina é o que salva um médico, pois impede que ele cometa erros.
Talvez você ainda não tenha entendido, mas eu estou falando aqui da rotina ao realizar um procedimento médico.
Para que você entenda, imagine que uma pessoa tenha que limpar uma sala que possui dez objetos diferentes.
Cada dia que ela for limpar a sala, ela escolhe um objeto qualquer e começa a limpar por ele. Ela não tem rotina de limpeza, por isso, no dia em que ela estiver apressada, ela correrá um grande risco de se esquecer de limpar um ou mais objetos.
Assim, para que ela não se esqueça de limpar um objeto, no dia em que ela estiver com pressa, é necessário que, em todas as vezes que ela for limpar aquela sala, ela comece a limpar por um mesmo objeto, depois vá para um segundo objeto que será sempre segundo em todas as faxinas e assim sucessivamente. Isso é rotina.
É essa rotina que impede, por exemplo, que um cirurgião esqueça uma compressa dentro do paciente.
A rotina dentro do procedimento médico impede que o profissional médico erre.
Você não verá um cirurgião que utiliza a rotina no seu procedimento cirúrgico esquecer uma pinça dentro do abdome do paciente por mais apressado, estressado,… que ele estiver. Por que essa fiscalização acontece sempre no mesmo tempo cirúrgico, de modo que é quase como andar. Torna-se praticamente automático.
A rotina é muito boa para o médico, embora seja péssima para os relacionamentos.
Para o médico a rotina é uma deusa bendita.